REGO, José Lins do. Pedra Bonita. Rio de Janeiro: J. Olimpyo. 98 ed. 1979. Resenhado por Luiz Cláudio Costa da Silva.
Ao ler Pedra Bonita, de José Lins do Rego - tem-se a impressão de que a obra é atualíssima, uma vez que não fala simplesmente sobre um relato a respeito de Pedra Bonita, porém nas entrelinhas vemos a construção de uma região (Nordeste), humilde que serve de cenário para heróis, coronéis, santos, místicos, "bandidos", fanáticos e aventureiros cantadores de viola, etc. Diga-se de passagem, é um círculo vicioso no qual não vemos saída, a não ser que haja um progresso muito grande na mente humana. Esse arcabouço, aliás, é fundamental no desenrolar do texto, que procura mostrar os conflitos político, econômico, religioso e social em torno destes elementos reais enquanto legitimadores de um regime, de uma determinada articulação social.
O livro, mesmo tendo mais de meio século de sua primeira publicação, apresenta uma ótima coerência interna, explorando muito bem a temática e a imagem deste Nordeste sofrido. Inicia a análise pelo povoado de Vila do Açu, próximo a Pedra Bonita, o autor monta a trama do romance; nesse cenário vão se destacando uma gama de personagens individualizados e enlaçados as suas neuroses, suas paixões e para seu modo de vida, como o menino Antônio Bento que fora parar na casa do Padre Amâncio trazido pela mãe em virtude da seca de 1904.
D. Eufrásia a irmã do Padre, mulher de personalidade forte e autoritária que uma outra vez outra aparecia na vila, a criada da casa paroquial a negra maximiliana, que só tinha alegria quando tornava umas pingas, D. Fausta e a sua aversão crônica ao pai que só tinha olhos e carinho para os pássaros que criava, o sacristão Laurindo e a sua mulher, as beatas, Joca Barbeiro, o bisbilhoteiro que ficava horas a fio em baixo da tamarineiro da praça falando da vida de todo mundo, o bodegueiro Saiu explorando o sertanejo, o tirânico juiz Dr. Carmo, sua mulher e o seu - filho arruaceiro, e tantos outros. E ainda, nesse cenário exótico é retratado também de forma contundente, o confronto de dois grupos na política municipal.
Em seguida discorre o povoado do Araticum começando pelo semi-árido físico onde aparece a geografia do sertão, o clima semi-árido, a vegetação típica-caatinga e a questão das secas e o tipo que habita, nesse clima transcende a figura de Bento Vieira, criatura seca, desumana e imparcial a tudo que lhe rodeia sua mulher, a sofredora Sinhá Josefina, seus dois filhos – Aparício, violento, brigão e Domício tenro e sonhador. A caminho de Pedra Bonita aparece o místico Zé Pedro que conhece todos os mistérios e segredos da região.
Por fim, é nesse palco e com essas personagens inquietas e conflituosas que o autor relata de maneira contundente a dizimação total da família Vieira, absorvida pelo fanatismo religioso e o envolvimento com o cangaço.
O livro, mesmo tendo mais de meio século de sua primeira publicação, apresenta uma ótima coerência interna, explorando muito bem a temática e a imagem deste Nordeste sofrido. Inicia a análise pelo povoado de Vila do Açu, próximo a Pedra Bonita, o autor monta a trama do romance; nesse cenário vão se destacando uma gama de personagens individualizados e enlaçados as suas neuroses, suas paixões e para seu modo de vida, como o menino Antônio Bento que fora parar na casa do Padre Amâncio trazido pela mãe em virtude da seca de 1904.
D. Eufrásia a irmã do Padre, mulher de personalidade forte e autoritária que uma outra vez outra aparecia na vila, a criada da casa paroquial a negra maximiliana, que só tinha alegria quando tornava umas pingas, D. Fausta e a sua aversão crônica ao pai que só tinha olhos e carinho para os pássaros que criava, o sacristão Laurindo e a sua mulher, as beatas, Joca Barbeiro, o bisbilhoteiro que ficava horas a fio em baixo da tamarineiro da praça falando da vida de todo mundo, o bodegueiro Saiu explorando o sertanejo, o tirânico juiz Dr. Carmo, sua mulher e o seu - filho arruaceiro, e tantos outros. E ainda, nesse cenário exótico é retratado também de forma contundente, o confronto de dois grupos na política municipal.
Em seguida discorre o povoado do Araticum começando pelo semi-árido físico onde aparece a geografia do sertão, o clima semi-árido, a vegetação típica-caatinga e a questão das secas e o tipo que habita, nesse clima transcende a figura de Bento Vieira, criatura seca, desumana e imparcial a tudo que lhe rodeia sua mulher, a sofredora Sinhá Josefina, seus dois filhos – Aparício, violento, brigão e Domício tenro e sonhador. A caminho de Pedra Bonita aparece o místico Zé Pedro que conhece todos os mistérios e segredos da região.
Por fim, é nesse palco e com essas personagens inquietas e conflituosas que o autor relata de maneira contundente a dizimação total da família Vieira, absorvida pelo fanatismo religioso e o envolvimento com o cangaço.